Vivemos tempos conturbados no mercado automóvel, que está cada vez mais exigente e mais competitivo, mas a Land Rover está a ‘gozar’ dos melhores anos de sempre no que toca às vendas dos seus modelos, e a chegada do Evoque não é alheia a este estado de graça. Pela primeira vez, em mais de 60 anos, a fábrica de Solihul tem de trabalhar a dobrar para conseguir acompanhar o ritmo das encomendas, e mesmo assim há quem espere meses pelo seu Land Rover…
Esta revolução é muito mais profunda do que simples design, e a Land Rover tem em marcha o que parece ser um esforço concertado para trazer de volta o espirito aventureiro e irreverente que fez parte da sua génese, mas que ao longo dos tempos, talvez por via das circunstâncias económicas e da falta de estabilidade dentro do próprio grupo, se foi perdendo.
Depois de Pikes Peak (ver aqui), a Land Rover decidiu colocar o novo Range Rover Sport (ver artigo aqui) frente-a-frente com um Spitfire no Goodwood Festival of Speed, com vantagem (não podia deixar de ser, não é?) para o novo Range.
Mas será que, neste posicionamento premium cada vez mais assumido, continua a existir sede por parte dos potenciais compradores por essa herança que deixou na história marcos tão fortes como o Camel Trophy? É verdade que nós, comuns mortais que temos Séries e Defenders, Discovery 1 e 2, Range Rovers VM/Tdi e até P38, deliramos com estes vídeos e com toda esta campanha, mas quantos de nós se podem dar ao luxo de gastar 100 mil euros num Discovery 4 para as nossas pequenas aventuras?
Sentir-se-á o atual comprador dos Discovery 4, Range Rover (seja ele qual for), atraído por este espirito aventureiro? Tenho sérias dúvidas…O público mudou, e a Land Rover está agora num mercado com onde a paixão deixou de ser marcada pela aventura, dando lugar a sentimentos menos nobres, como o status.
É verdade que esta campanha reforça e assegura a continuidade, entre os entusiastas, da paixão pela marca, mas que efeito poderá ter a curto prazo para a Land Rover? Quase nenhum. A médio/longo prazo talvez, desde que este tipo de campanha tenha vindo para ficar (todos sabemos que a memória é curta), pois os verdadeiros entusiastas apenas terão hipótese de adquirir um destes modelos em 2ª ou 3ª mão, daqui a 10 anos, mas neste cenário a grande questão que se coloca é: quão bem vão aguentar estes modelos, cheios de fios e eletrónica, ao passar do tempo?
Será que daqui a 10 anos, um Range Rover ou um Discovery 4 serão passíveis de serem mantidos pelos entusiastas?
Quero dar-lhe os parabéns por esta biblioteca e a amabilidade da partilha.
Muito interessante
Já agora vou estar atento ao artigo do montana 600
Cumprimentos
Obrigado, Sérgio.
Quanto ao artigo do Montana…está complicado de sair…neste momento estou com outro projeto para o carro e esse deverá sair mais cedo para publicação…mas dentro do pouco tempo disponível lá vou disponibilizando a informação que tenho.
Abraço.