Se ainda não leu as primeiras partes deste artigo, pode fazê-lo aqui (parte I – Esboços) e aqui (parte II – Desenhos Finais).
Construir este sistema de gavetas implica uma série de material desde a madeira em si, aos fechos das gavetas, as calhas, etc.
Aqui deixo a lista de componentes que utilizei, uma vez que alguns componentes não foram fáceis de encontrar.
A madeira
O armário tem de ser robusto, e como tal a madeira não pode ser demasiado fina, mas o peso é também importante, pelo que não queremos utilizar madeira mais grossa do que necessário. Além disso, e devido a tudo o que fazemos numa expedição, é bom que a madeira tenha alguma resistência a líquidos.
Assim, escolhi contraplacado marítimo, com 15 mm de espessura, do qual comprei duas placas. Comprei também uma placa mais fina, de 8 mm, e outra de 5 mm com a ideia de fazer divisórias internas nas gavetas, mas acabei por nunca utilizar estas mais finas.
As placas que encontrei tinham 2,5 m x 1,25 m. Nesta fase é preciso algum planeamento, e dar utilização ao software de computador onde foi feito o esquema para planear os cortes na(s) placas de modo a termos o mínimo desperdício possível. Numa das fotos em baixo é possível ver esse planeamento.
Estas placas foram compradas na Sobreira e Serras, mas existem inúmeras casas que vendem contraplacado marítimo, e dependendo do fornecedor dessas casas o que varia são as dimensões das placas disponíveis (até a espessura pode ser diferente).
Os fechos das gavetas
Este foi o componente mais complicado de todos de arranjar. Eu tinha visto uns fechos com muito bom aspeto num sistema de armários da ARB (quem mais?). Estes fechos serviam para puxar, mas ao mesmo tempo trancavam a gaveta (não nos podemos esquecer que vai estar sujeito a vibrações, e tem de conseguir suportar o peso de tudo o que colocarmos dentro da gaveta).
Infelizmente, a maior parte dos fechos que encontrava não faziam as duas coisas, ou então eram tão feios que rapidamente os descartava.
Após uma dica de um amigo (obrigado Max!) cheguei à marca Southco (http://www.southco.com/) que tem montes de opções. Passei várias noites (e o meu pai também) neste site a ver as características técnicas dos vários fechos, fotos, até conseguir encontrar um que gostava e que fazia exatamente o que eu queria. O modelo em causa é o M1-25, nas opções 3-2-48 (sem chave, curto, offset invertido) – ver site do fabricante aqui: http://www.southco.com/en-us/m1-fp. A ficha técnica do fecho pode ser descarregada aqui.
Isto foi comprado através de um representante em Portugal, a UTEC (http://www.utec.pt/), e quando vi o preço pela primeira vez tive de ir à rua respirar. Tinha finalmente encontrado os fechos que queria, mas estes custavam…cerca de 77 euros cada! A qualidade paga-se e aqui convenci-me que mais uma vez assim era.
As calhas
Apesar de não ter sido tão complicado encontrar as calhas como os fechos, também as restrições que coloquei à partida dificultaram esta tarefa. E quais foram? Nada de especial, achava eu:
1 – Suportar um peso elevado (uma gaveta grande cheia de latas de conserva, facilmente pesa 30 ou 40 Kg, e isto aliado a ter esta “carga” aos saltos implica ainda mais cuidado)
2 – Tinham de permitir que a gaveta saísse na totalidade de dentro do armário para permitir o acesso fácil ao que lá está dentro – ou seja, extensíveis a 100%.
3 – Tinha de ser possível desencaixar a gaveta das calhas de forma simples (se precisar de aceder ao depósito, ou às ligações que estão por baixo).
Estas três condições juntas não se revelaram nada fáceis, mas após alguma busca lá encontrei duas ou três empresas que comercializam este material e pude escolher. Decidi comprar na Interfer, que comercializa a marca Hettic, nomeadamente o modelo KA4620 – consultar aqui. A ficha técnica destas calhas pode ser descarregada aqui.
O depósito de água
O depósito foi feito à medida, numa empresa espanhola, a Plarex (http://www.plarexpoliester.com/)
Feito em poliéster, e reforçado a fibra de vidro, escolhi ligações em metal (podiam ser em PVC) para assegurar que, do lado do depósito, não iria ter problemas. Todos os elementos de ligação serão utilizados de plástico, de modo a que se algo partir ou estragar a rosca será sempre do lado dos acessórios de ligação e nunca do lado do depósito.
A entrada de água com ligação de 1” é visível nas fotos no topo do depósito, juntamente com uma segunda ligação para respiro, e a saída está instalada na frente com ligação de 1/2”.
Calha ARB
Uma vez que a arca iria ficar “dentro” do armário, era necessário arranjar alguma solução que permitisse puxar a mesma para fora, para aceder ao interior. Aqui não tive grandes dúvidas, uma vez que a própria ARB vende um acessório para este efeito. Uma vez mais é caro (muito caro!), mas depois de o termos nas mãos percebemos para onde foi o dinheiro.
A robusteza desta peça é fantástica, e a meu ver valeu o dinheiro investido. Quando temos a arca cheia, e a puxamos completamente para fora na calha, podemos fazê-lo com confiança.
Bomba de água e chuveiro
De modo a poder utilizar confortavelmente a água armazenada dentro do depósito, é preciso uma pequena bomba.
Comecei a procurar soluções, nomeadamente em casas de material náutico, e encontrei um kit de bomba com chuveiro que se adequava. De notar quea bomba a utilizar deve ser o suficiente para se conseguir tomar banho, mas deve ter pouco caudal para assegurar a maior poupança de água. Este KIT não é perfeito, mas é uma boa solução de compromisso.
A bomba em causa é da marca Marco (http://www.marco.it/pt), e tem uma pressão de 1,5 bar, com um caudal máximo de 8 litros por minuto (este caudal é controlável através do chuveiro). o KIT inclui ainda uma tampa que achei que ficava bem embutida na madeira do armário para guardar o chuveiro. Link direto para a página do fabricante aqui.
Pode ler a continuação deste artigo aqui (parte IV – A construção).
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