Ou sou eu que tenho azar, ou realmente o material não presta!
Bom, na realidade deve ser um bocado de cada, uma vez que não ouço ninguém a queixar-se do mesmo, mas também conheço poucos que cuidem dos carros como eu.
Ainda na continuação de um artigo que publiquei recentemente (ver aqui), após aquilo que a própria marca considera manutenção regular (o substituir os vedantes), infelizmente, e como não podia deixar de ser – obrigado Murphy, nunca me falhas! – apesar de ter sido tudo desmontado e trocado 2 ou 3 vezes, o carro continuou a perder óleo. Aliás, na oficina pediram-me logo para fazer alguns quilómetros e depois voltar para uma verificação, pois achavam que algo não tinha ficado perfeito.
O diagnóstico? É a própria caixa de transferências que está a deixar passar o óleo devido a desgaste do alumínio da caixa. Quando a notícia se abateu fiquei mesmo desanimado. Como é que é possível uma caixa com 120 mil KM estar assim? Eu bem sei que o carro por vezes leva um tratamento algo violento, mas mesmo assim… o Range do meu pai é da mesma marca, também sofre do mesmo problema dos vedantes (isto é a parte do material ser sucata), mas a caixa de transferências já fez o dobro dos KM e continua lá (esta é a parte de eu ter azar)!
Ainda demorei uns dias a ponderar o assunto, e decidir o rumo a tomar… Deverei vender isto e tentar comprar algo mais robusto? Raio dos Toyotas que têm um interior que parece um trator!
A verdade é que, após o desespero inicial, a Autosueco lá me arranjou uma solução por valores muito inferiores ao que eu esperava. A parte da mão-de-obra eu sei que dificilmente me irão dizer para pagar, pois já a paguei quando trocaram os vedantes, mas tinha ideia que a peça seria muito mais cara.
Resumindo: mais uma vez desembolsei para ver o meu ‘menino’ em condições. Afinal, vou fazer cerca de 6000 KM com ele em setembro, e tem de estar em condições.
… mas a paciência está a começar a chegar ao limite. Porque é que eu não posso simplesmente entrar no stand e mandar embrulhar um Disco 4? Que raio de país com preços completamente absurdos nos automóveis.
Boa tarde,
Aproveito para fazer umas questões:
Tenho um discovery TD5 comprado pelo meu pai no final de 1998 (o carro viu-me crescer e como tal sou muito apegado a ele).
O meu também pinga e acho que nunca trocou vedantes da caixa (já tem 210.000kms).
Queria saber se já existe alguma forma de controlar essas “pingas” e que óleos deve levar na sua opinião, no motor, caixa de velocidades, caixa de transferências e diferenciais.
Obrigado e parabéns pela página!
Caro Carlos,
A forma de controlar as pingas é, infelizmente, trocar os vedantes. É uma parvoíce, e já deveriam ter mudado o design dos mesmos para isto não acontecer, mas a verdade nua e crua é que estas “borrachas” deixam de funcionar como deve de ser com o passar do tempo.
Portanto, é mesmo desmontar as caixas, trocar vedantes e pronto.
Quanto a óleos…eu não invento…é os recomendados pela Land Rover:
-Óleo Motor part number STC50527 (1L) ou STC50528 (5L); é um 5W30 A1B1
-Óleo caixa transferencia 1L part number STC9176; É um Texaco Multi-Gear 75W/90R.
-Óleo caixa velocidades 1L part number STC9158; É um Texaxo MTF 94.
Abraço.
Boas Pedro, tenho um Discovery TD5 de 99 e sigo sempre com muita atenção, tudo o que publicas, aproveito para agradecer essa partilha!! De há uns dias para cá ele anda a fazer um clak nas passagens de caixa, pensei que era uma cruzeta, mas na oficina onde o pus, por sinal o dono tem um igual ao nosso, dizem-me que é problema de folgas na Caixa de Transferências. Deram-me 2 opções, abrem para ver onde estão as folgas, ou compro uma reconstruída em Inglaterra. Acontece que conheço quem tenha uma usada com 150.000Km para vender. Se fosses tu o que é que fazias?
Obrigado desde já pela tua atenção.
Um abraço.
Olá, Paulo.
Eu, inerente à utilização que dou ao Discovery (expedições, longe de tudo, muitos km) tenho sempre tomado a opção de substituir. Essa questão de ser reconstruída é, infelizmente, cada vez mais comum em todas as marcas, em modelos com mais de alguns anos. Mas em teoria essa reconstrução é feita pela própria fábrica, e temos alguma confiança no trabalho.
Portanto, eu pessoalmente optaria sempre por colocar nova/reconstruída, do que abrir e tentar reparar, até porque nesse caso estás dependente da habilidade de quem vai fazer o trabalho, e de como está a caixa por dentro. Ou seja, a mão-de-obra, juntamente com as peças que precisam de ser substituídas, por vezes fica quase o mesmo valor que colocar logo uma reconstruída e que sabes que está o trabalho bem feito.
Apenas um alerta: eu também já substitui a caixa de transferência no meu, mas apesar de todos os meus avisos, a caixa que me iam montar não tinha o ‘pino’ para o bloqueio central (que eu tenho montado). Essa parte, do bloqueio, pode ser separada da base da caixa, pelo que aproveitei a minha peça. Portanto, se tens isso, e queres manter, chama a atenção e reclama caso não enviem uma caixa com isso.
Abraço.
Olá Pedro,
Obrigado pela tua resposta. Pois, para além das brincadeiras que vou fazendo cá, o meu também já foi 5 ou 6 vezes a Marrocos e naturalmente as facturas vão aparecendo. Só que esta é valente.
O que achas de comprar uma Cx de Transferências com 150.000Km e com pouco TT? tenho essa possibilidade.
Se optar por comprar uma reconstruída, tens algum contacto que me possas fornecer? Fazes ideia quanto é que pode custar?
Em relação ao Bloqueio central, é um investimento que para já não estou a pensar fazer, embora faça toda a diferença, sobretudo na areia.
Uma vez mais obrigado.
Um abraço.
Olá, Pedro.
Uma caixa reconstruída deve-te custar uns 800 euros + IVA. A minha foi montada na Autosueco (eu levo o meu sempre ao concessionário), mas também tens a Carclasse em Lisboa que também é concessionário oficial e podes pedir orçamento aos dois.
A caixa com 150 mil deverá estar boa no interior…mas nota que um problema crónico nas nossas caixas (nomeadamente na de transferências) são os vedantes que começam a ressequir e depois começa a pingar óleo. E isto só estou a falar dos vedantes que é uma coisa que se abre e troca-se com custo apenas de alguma mão-de-obra, mas até as próprias tampas da caixa têm, de x em x tempo, de ser removidas e re-vedadas.
Isto tudo só para dizer que pede orçamento para a substituição dos vedantes e abrir a caixa para voltar a selar, e soma ao preço dessa que consegues comprar usada…e compara com o preço de uma reconstruída.
Depois é ponderares o que é melhor para ti.
Eu pessoalmente optaria por uma nova (reconstruída). Gasto mais, mas fico com não sei quantos KM de descanso e segurança nas minhas viagens.
Abraço
Olá Pedro,
Muito obrigado pela tua ajuda. Se algum dia precisares de tracks com Waypoints de Marrocos, apita.
Um abraço.